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estrelas.
Podemos medir em nebulosas a abundância de alguns elementos químicos com uma
precisão que não se vê em outros objetos celestes, diz o pesquisador.
Ao longo dos últimos dez anos, com base nas observações realizadas com o uso de dois
telescópios um de 1,60 metro de diâmetro do Laboratório Nacional de Astrofísica
(LNA), em Brasópolis, no sul de Minas, e outro de 1,50 metro do European Southern
Observatory (ESO), observatório europeu situado |
liberar
elétrons. No início, a pesquisa centrou-se nas nebulosas situadas apenas nas
vizinhanças do Sol, no disco da Via Láctea. O disco, ao menos no caso das galáxias
espirais como a Via Láctea, forma os braços, num desenho parecido ao de um polvo
gigante. O Sistema Solar encontra-se num dos braços da galáxia, a 20 mil anos-luz do
bojo. Mais recentemente, as investigaçõesforam estendidas para regiões mais distantes,
localizadas no bojo e nas bordas da galáxia.
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de Janeiro,
Maciel fez um estudo sobre as nebulosas planetárias, com sua forma típica de um anel
envolvendo uma pequena estrela no centro e associadas à morte de estrelas com massas
semelhantes à massa do Sol. A origem das próprias nebulosas planetárias está bastante
clara, a partir da evolução de estrelas gigantes vermelhas. Segundo Maciel, ao morrerem,
as estrelas com massas próximas à do Sol ou um pouco superiores incham e ocupam um
espaço 100 vezes maior. A superfície torna-se pelo menos duas |
em La Silla, nos
Andes chilenos , o grupo montou um banco de dados com mais de uma centena de
nebulosas e estrelas. Para cada uma, os pesquisadores avaliaram a abundância de hélio,
oxigênio, nitrogênio, enxofre, neônio e argônio.
O segundo projeto, |

Maciel: distribuição de elementos químicos
ao longo da Via Láctea |
vezes mais fria
é a estrela gigante vermelha. Num processo pelo qual um dia passará nosso Sol, as
camadas externas são expulsas e vão se transformar em uma nebulosa planetária, em cujo
interior reside uma estrela central, que, após milhares de anos, se transformará em uma
estrela pequena |
que Maciel
considera mais ambicioso, refere-se ao estudo das variações dos teores de elementos
químicos nas galáxias, os chamados gradientes de abundância. Usam-se os dados do
trabalho anterior e os obtidos por grupos na França e nos Estados Unidos, já que as
variações são muito pequenas e necessitam de bancos de dados relativamente extensos. O
terceiro bloco diz respeito à distribuição de metais na Via Láctea e à taxa de
formação estelar, obtidas a partir de dados de estrelas anãs, semelhantes ao Sol.
O trabalho começou com a observação de nebulosas fotoionizadas, assim chamadas porque
em seu centro há uma estrela quente, com uma intensa radiação eletromagnética usada
para |
O bojo constitui
o núcleo galáctico, ou a parte esférica central da Via Láctea, e é considerado pela
teoria clássica de formação galáctica como uma das primeiras regiões a serem
formadas, juntamente com o halo, a parte mais externa, o envoltório estelar da galáxia,
de menor densidade. No bojo da Via Láctea, nebulosas com grande abundância de hélio em
relação ao hidrogênio e de nitrogênio em relação ao oxigênio não são muito
freqüentes. Essa constatação sugere que esses objetos originaram-se de estrelas
mais velhas, já que estrelas mais massivas e jovens têm, em princípio, maiores
quantidades desses elementos, diz o pesquisador.Nascimento e morte - Em conjunto com
especialistas do Observatório Nacional, do Rio
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e brilhante do
tipo anã branca. Para chegar a esses resultados, o grupo do IAG avalia a proporção de
elementos químicos pesados como o oxigênio e o enxofre presentes nas nebulosas em
relação ao hidrogênio. Nesses objetos, para cada dez mil átomos de hidrogênio, há
mil de hélio, um de oxigênio e um de enxofre.
A abundância do ferro é ainda menor.
Com base nas informações acumuladas sobre as transformações dos elementos químicos,
os especialistas classificaram essas nebulosas em dois grupos principais. As nebulosas de
tipo I, como a NGC 6751, ricas em hélio, nitrogênio e elementos químicos mais pesados
do que o hidrogênio, resultaram da morte de estrelas com massas relativamente |
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